Ficou meio confuso? Calma que vamos esclarecer esse assunto tão importante. Mas primeiro, precisamos olhar para o padrão de alimentação do brasileiro: o prato tradicional, constituído de arroz, feijão, carne e salada é super saudável e balanceado, pois contém nutrientes variados. No entanto, o consumo de alimentos ultraprocessados – isso mesmo, aquele combo de lanche do fast food famoso e a lasanha congelada – aumentou MUITO nos últimos anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
E esse é um dos motivos para que a OBESIDADE esteja tão prevalente em nosso país. Em 2019, 1 a cada 4 pessoas estavam obesas (25,9%), sendo mais de 40 milhões de obesos. Entretanto, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) constatou que cerca de 80% dos brasileiros buscam manter uma alimentação saudável e se esforçam para isso. Então, o que será que impede o brasileiro de se tornar mais saudável?
A INFLUÊNCIA DO MICROBIOTA NA SUA SAÚDE
Ao contrário do que muitos pensam, nem todas as bactérias e fungos causam doenças, muitos desses micro-organismo são importantes para te manter saudável, inclusive. E dentro do seu corpo, existem vários deles vivendo em harmonia: principalmente no intestino. Essa população de bactérias "do bem" são chamadas de MICROBIOTA INTESTINAL.
Esse nome te lembrou dos comerciais de iogurte ou leite fermentado? É isso mesmo! Esse tipo de alimento é chamado de PROBIÓTICO, e possui em sua composição essas bactérias do bem que ajudam a regular o intestino. Quando a população de bactérias intestinais possui mais bactérias que causam doenças do que as boazinhas, a sua saúde corre riscos. Também, a prevalência de alguns tipos de bactérias na microbiota intestinal já foi associada a diversas doenças, como o câncer de intestino e distúrbios neuropsiquiátricos, como a depressão e o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
MAS VOCÊ É O QUE VOCÊ COME, OU VOCÊ COME PELO QUE VOCÊ É?
Agora que já definimos a importância da microbiota intestinal, podemos voltar para esclarecer essa questão. A composição da microbiota intestinal é extremamente influenciada pela sua NUTRIÇÃO e comportamentos alimentares, o que age diretamente sobre a sua saúde e qualidade de vida. Porém, estudos demonstram que a sua GENÉTICA é quem pode estar modulado tais comportamentos alimentares, e talvez seja por isso que algumas pessoas tem uma maior inclinação a doses e alimentos gordurosos, do que outras. Será esse o grande problema do brasileiro?
Para comprovar a importância da genética na alimentação, olha só o resultados desses estudos:
1) O primeiro descobriu que a microbiota é hereditária, ou seja, herdada dos pais;
2) O segundo analisou a quantidade de cópias de genes que te fazem ter mais ou menos amilase salivar, uma enzima presente na saliva, que atua na degradação do amido (presente em grãos, cereais e farinhas). Pessoas com menor produção dessa enzima, tinham menor capacidade de degradar o amido e por isso, menos carboidratos complexos originados da degradação do amido, chegavam ao intestino. Essa diferença de disponibilidade de carboidratos, causou mudanças na composição da microbiota intestinal, pois as bactérias se alimentam desses carboidratos.
O papel da genética nos comportamentos alimentares já é bem aceito, mas especialistas também acreditam que o AMBIENTE tem um papel maior na formação da microbiota: um estudo analisou:
– A microbiota intestinal de pessoas sem parentesco, ou seja, geneticamente não relacionados, que moravam na mesma casa;
– E a microbiota de pessoas com relação genética (como irmãos), mas que nunca compartilharam a mesma casa.
Os resultados foram muito interessantes, pois no primeiro caso, houve semelhanças significativas entre a microbiota e no segundo caso, não foram encontradas semelhanças. Ou seja, nesse caso, o AMBIENTE de crescimento e moradia foi o principal modulador da microbiota intestinal. De qualquer modo, ambos os fatores GENÉTICA e AMBIENTE empenham papéis importantes quando se fala em saúde e qualidade de vida.
Aqui na Henrisa, nós olhamos para você como um TODO! Tudo bem que não podemos alterar a genética, mas podemos prever e prevenir algumas doenças, investigadas de acordo com o seu histórico familiar. E através do acompanhamento com médicos e nutricionistas, te ensinamos a comer melhor, garantindo uma população de bactérias do bem, para você se manter saudável por mais tempo. Dessa forma, não fica outra resposta possível para a pergunta principal: VOCÊ COME PARA SER SAUDÁVEL!
H E N R I S A – Um novo olhar em saúde!
Fonte:
– Micali, N., Abdulkadir, M. You are what you eat or you eat what you are?. Eur Child Adolesc Psychiatry 29, 251–252 (2020). [https://doi.org/10.1007/s00787-020-01496-6](https://doi.org/10.1007/s00787-020-01496-6)
– Jornal da USP, Agência IBGE, Agência Brasil.
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